“Quando chegou a
hora, Jesus e os seus apóstolos reclinaram-se à mesa.
E disse-lhes: ‘Desejei
ansiosamente comer esta Páscoa com vocês antes de sofrer.
Pois eu lhes digo: Não
comerei dela novamente até que se cumpra no Reino de Deus’.
Recebendo um cálice, ele
deu graças e disse: ‘Tomem isto e partilhem uns com os outros.
Pois eu lhes digo que
não beberei outra vez do fruto da videira até que venha o Reino de Deus’.
Tomando o pão, deu
graças, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: ‘Isto é o meu corpo dado em
favor de vocês; façam isto em memória de mim’.
Da mesma forma, depois
da ceia, tomou o cálice, dizendo: ‘Este cálice é a nova aliança no meu sangue,
derramado em favor de vocês’.”
Lucas
22.14-20
Façamos algumas considerações acerca do excerto.
Jesus estava já encerrando seu ministério terreno (a primeira fase) e dando as
últimas instruções aos discípulos antes de sua crucificação. Além de instituir
a ceia como ordenança aos seus seguidores, o Cristo de Deus estabeleceu os
princípios fundamentais para a comunhão entre seus servos. Mais tarde, os
discípulos aparecem reunidos e unidos, florescendo, assim, os primeiros frutos
da semente deixada pelo Mestre (At 2.1; 4.24, 32; 5.42; 6.2; 12.12; 15.6).
Incontestavelmente, o ato de partilhar o pão e o vinho foi ordenado por Jesus
(Mt 26.26-28; Lc 22.19, 20). Paulo reitera essa verdade ao exortar os
irmãos de Corinto sobre a maneira correta de participar da ceia do Senhor (1Co
11.23-34). O ato da ceia consiste em três importantes pontos: o pão (representa
o corpo), o vinho (representando o sangue) e o memorial sobre o que esse ato
representa: a morte expiatória de Jesus por nós na cruz e a consequente
remissão de pecados.
Concomitantemente à instituição da ceia, o Messias
mostra aos discípulos as bases para se viver em comunhão plena. Os apóstolos
enfrentaram um desafio interessante, pois havia pessoas ali de diferentes
características e personalidades. Somos constantemente postos à prova. Somos confrontados
com as diferenças do outro. O cristianismo conclama-nos a vivermos em comunhão
com todos nossos irmãos. Costumamos agrupar-nos por afinidades e semelhanças:
faixa etária, atividade profissional, ideologia etc.. Muitas pessoas levam esse
agrupamento tão a sério a ponto de desprezar e não querer “misturar-se com
certas pessoas”. Então, é ou não é um grande desafio?
Certa vez, o Mestre amado
reuniu-se com os discípulos, lavou e enxugou-lhes os pés. Mostrou-nos, o
Senhor, um exemplo sublime de humildade e comunhão (Jo 13.4-17). Jesus disse
que eles seriam felizes se praticassem o que lhes havia ensinado. A comunhão
entre irmãos gera felicidade. Essa comunhão é a união expressa no Salmo 133. E
está além dela também. Aquele que despreza a comunhão com seu irmão, está em
trevas (1Jo 2.9). Portanto, não pode ter felicidade. Não tem alegria. Seu
coração tornou-se lar das trevas. O que ama a seu irmão anda na luz (1Jo 2.10)
e conhece a Deus (1 Jo 4.7, 11, 12). Uma triste realidade está expressa em 1Jo
4.20: “Se alguém diz: eu amo a Deus e aborrece a seu irmão, é mentiroso. Pois
quem não ama seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu?”
Não podemos negar
essa dura realidade. Não há meio termo. Devemos amar nosso próximo, nosso
irmão. A base da comunhão está no amor (Fp 2.1-3; Jo 15.12,17).
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